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A Caneta da Ilusão e a Emergência Social


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Que tempos vivemos! Parece que a moda do populismo e do assistencialismo vai demorar a acabar. Além da tragédia sanitária da Covid-19, enfrentaremos uma das piores crises sociais da história.


Essa realidade vem representada pela alta taxa de desemprego, pela subutilização da força de trabalho, pela estagflação, pelo fim ou diminuição do auxílio emergencial, pela (des)proteção à população em situação de vulnerabilidade e risco social e por meio de medidas autoritárias de desmonte das políticas sociais, atreladas ao insano ultraliberalismo de Paulo Guedes e companhia. Nunca vimos a política social ser decidida por um ministro da economia. O Ministério da Cidadania derreteu. O Sistema Único de Assistência Social estará enfraquecido e ameaçado de extinção se essas medidas continuarem pelos próximos dois anos. Notem que esses fatores já estavam sinalizados em 2018 e 2019. A pandemia só acelerou esse processo.


Na esteira do bolsonarismo, figurado pela caneta Bic do gestor humilde, decidido e austero, foram eleitos milhares de prefeitos que acreditam ser escolhidos por Deus para guiarem seus concidadãos à salvação. Porém, a contradição logo aparece quando é necessário aplicar medidas concretas frente ao discurso negacionista. O mito fica cada vez mais distante da realidade municipal.


Esses novos prefeitos ainda não se deram conta de que a bomba explodirá em suas mãos. Os problemas sociais acontecem no município e cabe a este ente federado, constitucionalmente, a execução das políticas sociais. Diante do problema, o governo federal simplesmente dirá que enviou dinheiro, publicou normas, e que o resto não é problema dele.


Porém, os repasses federais extraordinários da assistência social estão sendo usados para cobrir os recursos ordinários atrasados, o que dá a falsa impressão de que estão enviando mais recursos do que em anos anteriores. Pura ilusão, a conta vai chegar em 2021 e 2022. Os municípios precisam se mobilizar e cobrar o governo federal.


Só que, muitos prefeitos, ainda estão em festa pela conquista da eleição, estão na fase de nomeação dos cabos eleitorais e acomodando as suas senhoras nos fundos de solidariedade. Alguns, estão negociando secretarias vagas com vereadores ou deputados. Enfim, estão apenas “canetando”. Será que alguém já ouviu falar na necessidade da continuidade - para ontem - das ações de contingência? Ou, pelo menos, no início da execução dos planos que somente foram colocados no papel? Por que só vemos os trabalhadores da área preocupados, sendo os líderes eleitos os que mais deveriam estar atentos?


Os impactos sociais da Covid-19 fazem parte de um grande problema, sobre o qual muito se fala, mas pouco se faz. O povo, vulnerável, está abandonado ao próprio azar - não à sorte, como se diz, na expressão popular. A assistência social, neste contexto de pandemia e calamidade pública, é a área mais importante depois da saúde. É preciso planejamento, financiamento e liderança na condução das políticas sociais do município. Só a caneta não resolve.


 
 
 

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